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Gestão

#37 – Não é mágica, é inovação (ou Imagineering)! | Entrevistado: Itamar Olimpio

Adriano Martins Antonio 10 de setembro de 2021 1005 258 5


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Qual é o segredo para a inovação? Muitos acreditam que a criatividade é um dom, algo que só pode ser despertado de forma aleatória, como em um passe de mágica. Porém, o Imagineering, metodologia holandesa, mostra que a inovação pode ser algo processual.

Para falar um pouco sobre o Imagineering e a importância de sistematizar a inovação, conversamos com Itamar Olimpio, CEO da Co-Viva.

Itamar acredita que é possível ser criativo usando metodologias. Para ele, as ideias só melhoram quando você as tira do papel, mas é importante também mapeá-las e colocá-las em prática, em forma de teste.

Sobre a sua trajetória, Itamar conta a sua longa estadia na Europa; o CEO morou por seis anos na Irlanda, onde estudou inglês e trabalhou durante esse período. Depois disso, Itamar mudou para a Holanda, para continuar a sua formação acadêmica; foi lá que ele conheceu o Imagineering, um tipo de mestrado oferecido em uma universidade holandesa e que chamou a sua atenção. Itamar conquistou o título de “Engenheiro da Imaginação”, e ao todo, ficou na Europa por quase 10 anos.

Sobre o termo Imagineering, a sua origem causa uma certa confusão, já que muitos atribuem a sua criação a Walt Disney, na década de 50. Entretanto, Itamar conta que a palavra já era utilizada na década de 40 pela Alcoa. Ele também conta como o Imagineering funciona: “A partir da cocriação, as pessoas descobrem soluções para as empresas”.

O Imagineering está diretamente ligado com ser inovador. Mas o que é, afinal, ser inovador? “É ser um profissional atento às mudanças à sua volta, ser curioso(a)”, diz o entrevistado. Para Itamar, inovadores não apenas pensam diferente, como também agem diferente. O resultado disso é o surgimento de novas e boas ideias.

O CEO da Co-Viva também fala que existem algumas características comuns em um profissional inovador: 

  1. Absorvem o que acontece no mundo a sua volta com qualidade de atenção;
  2. Falam constantemente com pessoas diversas, que pensam diferente, estando abertos a experiências que essas pessoas trazem;
  3. Provocam todos com perguntas poderosas, provocativas e curiosas que desafiam o que está estabelecido;
  4. Não ficam parados: possuem alta capacidade de ação.

Itamar também revela que ser inovador é necessário especialmente em situações onde os recursos são escassos. Até por isso, o Imagineering nasceu na Holanda, um país que, em comparação a outras potências europeias, sempre precisou ser mais criativa por conta de suas limitações geográficas e de infraestrutura. 

Sobre desenvolvedores que não buscam inovar, Olimpio faz um alerta, dizendo que, no final, tudo que é desenvolvido tem como usuário final um ser humano. “Não tem como você ficar dentro da sua própria bolha, pois tudo que você faz afeta uma cadeia de pessoas”, explica o entrevistado.

Itamar também conta quais são as ferramentas que ele utiliza para inovar e que são a base para o Imagineering. Entre elas, estão a cocriação, Design Thinking, e o System Thinking, que ajudam a gerar boas ideias.

Além dessas ferramentas, Olimpio conta como funciona o Future Mapping, outra metodologia utilizada por ele: “Ajudamos as pessoas a fazer um brainstorm criativo, olhando para o futuro”, detalha o CEO da Co-Viva. 

Inovação é importante, mas algumas empresas ainda são resistentes em relação a isso, ainda mais aquelas em que se desenvolveram com base em uma cultura tradicional. Itamar conta que, nesse caso, a Co-Viva constrói um laboratório de inovação, e nele é preciso trabalhar com o senso de urgência e com uma visão clara para onde a organização quer ir. Além disso, é preciso ter um propósito compartilhado, construir métricas e indicadores de sucesso, além de incentivar a colaboração e cocriação.

Para que uma empresa adote essa cultura inovadora, Itamar também esclarece que precisamos trabalhar com o senso de urgência. É preciso deixar claro que a inovação é um caminho para que a empresa sobreviva. Olimpio também conta que a outra chave para abrir as portas da inovação em uma organização tradicional é reforçar a cocriação.

Sobre o laboratório de inovação, Itamar revela que ele sempre é composto por um time multidisciplinar, especialmente os melhores profissionais de cada área. Além disso, ele conta que essa cultura inovadora não é construída de uma hora para outra: “A transformação vem com o tempo, se aquilo que a cocriação planejou foi implementado”, explica ele.

Por fim, o entrevistado deixa o recado para os executivos que estão construindo uma equipe e querem que ela seja inovadora, oferecendo cinco dicas:

  • Dar liberdade de criação;
  • Promover confiança pessoal;
  • Punir a acomodação;
  • Premiar o esforço criativo;
  • Dar o exemplo como líder.

Sobre a “punição da acomodação”, Itamar deixa claro que não se trata de demitir aqueles que não entregam inovação, mas deixar claro que inovar é crucial para a sobrevivência da organização. “Deve haver uma chance para profissionais acomodados mudarem, e extrair o melhor deles”, ele finaliza.

Ouça a entrevista na íntegra!

Esse podcast é um oferecimento da PMG Academy e é patrocinado pela BRQ Digital Solutions.

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