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Carreira

#43 – Ética na TI: Utopia ou realidade?

Adriano Martins Antonio 22 de outubro de 2021 652 205 2


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O assunto de hoje é: Ética e TI. E vou começar contando uma história.

Uma consultora contratada para ajustar alguns processos de TI chegou para o meu diretor e disse: “As coisas não funcionam por falta de processos”. Então o diretor respondeu: “As coisas não funcionam por conta das pessoas”. E assim o debate prosseguiu durante horas.

Como eu estava no meu início de carreira, eu fiquei encantado com os argumentos da consultora, e até há alguns anos, eu seguia a mesma ideia. Naquela época, a consultora e o meu diretor deveriam ter a mesma idade; então, não era nem uma questão de quem era mais novo ou mais velho, pois ambos eram muito experientes, cada um no seu campo de atuação. Nesse sentido, só cabia a mim escolher a melhor teoria.

O meu diretor, por exemplo, falava de um funcionário que fazia mudanças sem planejamento, sem Requisições de Mudança (RDM), sem respeitar os processos, e a consultora dizia que isso acontecia porque não havia um processo bem estruturado. Por outro lado, o meu diretor falava que não surtiria efeito, porque existem pessoas e pessoas. E então, a consultora falava da falta de processos. Enfim, era uma discussão que não tinha fim.

Com o passar dos anos, eu fui percebendo que realmente algumas pessoas não seguem os processos, as caixinhas, as políticas e as regras. Sempre tem alguém que se desvia do “correto”.

Meus últimos encontros com a questão da ética na TI

Desde que fiz minha pós-graduação em teologia, com muito estudo, principalmente sobre filosofia, eu esbarrei no campo da ética e fiquei encantado. Foi nessa época que eu conheci o Tio Platão, aquele jogador de futebol (Sócrates) e o famoso Ari, o Aristóteles. 😂😂😂 

Brincadeiras à parte, desde então eu venho refletindo sobre a ética na TI. Também fui resgatando o que já observei de comportamento dos profissionais da área, e recentemente lidei três vezes com esse assunto.

A primeira foi ao final do curso de Inteligência Artificial, que gerou muitas decisões sobre o que era ou não legal fazer com o poder da IA em mãos. Dentro dessas possibilidades, nós esbarramos nos valores das pessoas. A discussão percorreu assuntos como clonagem, máquinas substituindo o homem, IA para armamento, etc. E essa discussão aconteceu logo após a explicação sobre as leis, pois geralmente, antes de alguma coisa virar lei, elas são debatidas no campo da ética.

A segunda oportunidade foi um pouco depois, no curso de Segurança Cibernética que ministrei, e quando eu cheguei na parte do curso que falava sobre ataques e hackers éticos, novamente a discussão se voltou para os valores humanos. Afinal, o que leva uma pessoa a prejudicar a outra? Eu disse que não fazia sentido alguém aprender as técnicas para usar contra uma empresa ou outra pessoa. Já outras acham legal o estereótipo do homem mascarado para representar o cara da Segurança da Informação/Hacking.

E aí eu me fiz a seguinte pergunta: por que as pessoas têm medo de serem abordadas por policiais à noite? Será que eles já têm a fama de serem corruptos, vendidos para um sistema que nós mesmos criamos? E mais: Será que a área da Segurança da Informação não se parece com uma academia militar? Afinal, se alguém aprende as técnicas de SI e usa para o mal, é a mesma coisa que um policial aprender a manusear uma arma para ameaçar alguém.

Voltando ao curso de Segurança Cibernética, o treinamento se estendeu até 2 da manhã, porque ficamos discutindo essa questão ética. E muitos lamentaram a dura realidade: nada adiantaria uma política de Segurança da Informação se o cabra já ter os seus valores corrompidos. De um jeito ou de outro, ele vai dar o seu “jeitinho” e se transformar em um black hat, um hacker que vai roubar, prejudicar ou causar algum dano.

E por fim, a terceira vez foi no curso sobre a construção de um Plano de Continuidade de Negócios (PCN). Quando eu toquei no assunto da política, processos e procedimentos, eu notei que os alunos questionavam: “E se o analista não seguir o que está na política?”. De novo caímos no aspecto humano, ou seja, valores.

Muitas coisas que são discutidas se são éticas ou não acabam virando lei. Por exemplo, até um tempo atrás não era legal coletar informações pessoais para fazer spam. Hoje, isso é lei, graças à LGPD.

E aí eu me questiono: será que teremos que regulamentar nossa área para ter uma comissão que julgue essas pessoas? Será que teremos que ter leis que punam os contraventores? Ou será que essas mesmas pessoas precisam levar uma surra da mãe quando ela descobrir que o filho ou filha é alguém sem integridade? Ou então exorcizar? Pintar esses cabras de verde e jogar no mato sem ninguém achar? 😂😂

Sei lá, eu só sei que quanto mais escuto essas histórias, mais eu me entristeço, pois nossa área é maravilhosa, muda vidas, empresas, o mundo! Ao mesmo tempo, me parece que, assim como em qualquer área, sempre vai existir a ovelha negra para atrapalhar tudo.

E você, sabe me dizer qual é a solução? O que a ética poderia ajudar nossa área de TI? Deixe seu comentário, adoraria ouvir você.

**Artigo de autoria de Adriano Martins Antonio, CEO e fundador da PMG Academy, e host do The Walking Tech.

Este podcast é um oferecimento da PMG Academy e é patrocinado pela BRQ Digital Solutions.

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